(Chrysocyon
brachyurus)
Um lobo solitário
O lobo-guará, guará ou lobo vermelho é o maior
mamífero canídeo nativo da América do Sul. A sua
distribuição geográfica estende-se pelo sul do
Brasil, Paraguai, Peru e Bolívia a leste dos
Andes, estando extinto no Uruguai e talvez na
Argentina, e é considerado como uma espécie
ameaçada. Os biomas de ocorrência no Brasil são:
Cerrado, Pantanal, Campos do Sul, parte da
Caatinga e Mata Atlântica.
Embora não se enquadre na
categoria crítica da IUCN, corre alto risco de
extinção na natureza a médio prazo, em função do
declínio populacional e da extrema fragmentação
da área de ocupação.
O tamanho populacional está se reduzindo, com
probabilidade de extinção na natureza em 100
anos. As principais ameaças ao lobo-guará vêm da
conversão de terras para agricultura, do fato de
ser suscetível a doenças de cães domésticos, que
competem com eles por alimento, e de acidentes
como atropelamentos em estradas.O lobo-guará
mede até cerca de 1 metro no ombro e pesa entre
20 e 25 kg. A sua pelagem característica é
avermelhada por todo o corpo, exceto no pescoço,
patas e ponta da cauda que são de cor preta.
Ao contrário dos lobos, esta espécie não forma
alcatéias e tem hábitos solitários, juntando-se
apenas em casais durante a época de reprodução.
A gestação dura em média 67 dias e resulta em
ninhadas de até seis crias. O lobo-guará caça
preferencialmente de noite e ataca pequenos
mamíferos roedores e e aves, mas a sua dieta tem
uma forte componente onívora. Estes animais são
bastante dependentes da lobeira (Solanum
lycocarpum) e estabelecem com esta planta uma
relação simbiôntica: sem os frutos da lobeira o
lobo-guará morre de complicações renais causadas
por nematódeos, e em contrapartida tem um papel
fundamental na dispersão das sementes desta
planta.
A espécie não está diretamente ligada a nenhum
outro gênero de canídeos e aparentemente é uma
relíquia da fauna plistocénica da América do Sul,
que desapareceu na maioria após a formação do
Istmo do Panamá.
Iniciativas de conservação
A espécie ocorre em várias áreas protegidas na
Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e,
possivelmente, Peru. Na Argentina está
classificada entre as espécies em perigo (EN), e
no Brasil consta da lista de espécies ameaçadas.
Sua caça é proibida no Brasil, Paraguai e
Bolívia. Embora não existam iniciativas de
conservação dedicadas à espécie, esta se
beneficia dos projetos de proteção do cerrado.
No
Brasil é encontrado nos Parques
Nacionais de Brasília, das Emas, da
Chapada dos Veadeiros, do Araguaia, da
Serra da Canastra, Grande Sertão Veredas,
da Serra do Cipó, da Chapada dos
Guimarães, da Serra da Bodoquena, Ilha
Grande, Aparados da Serra, da Serra
Geral, São Joaquim, da Serra da Bocaina,
do Itatiaia. |
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Ocorre também nas Reserva
Ecológica do Roncador e nas Estações Ecológicas
Águas Emendadas, Uruçuí-Una, Serra das Araras,
Pirapitinga e Taiamã. Ainda, nos Parques
Estaduais Ibitipoca, Itacolomi, Nascentes do Rio
Taquari, Caracol, Iatapuã, Turvo, Cerrado e Vila
Velha.
Desenvolvem-se estudos
ecológicos e de variabilidade genética da
espécie em várias instituições de pesquisa
brasileiras: na Associação Pró-Carnívoros, CNPq,
União de Ensino do Planalto Central, USP,
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais,
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente, EMBRAPA e
Universidade de Brasília.
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Carnivora
Família: Canidae
Género: Chrysocyon
Espécie: C. brachyurus
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