Todas jogadas nos lixões |
Pilhas e Baterias de
Celulares |
Pilhas alcalinas
Segundo o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) cerca de 1% do lixo
urbano é constituído por resíduos sólidos urbanos contendo elementos
tóxicos. Esses resíduos são provenientes de lâmpadas fluorescentes,
termômetros, latas de inseticidas, pilhas, baterias, latas de tinta, entre
outros produtos que a população joga no lixo, pois não sabe que se trata de
resíduos perigosos contendo metais pesados ou elementos tóxicos ou não tem
alternativa para descartar esses resíduos.
As pilhas e baterias apresentam em sua composição metais considerados
perigosos à saúde humana e ao meio ambiente como mercúrio, chumbo, cobre,
zinco, cádmio, manganês, níquel e lítio. Dentre esses metais os que
apresentam maior risco à saúde são o chumbo, o mercúrio e o cádmio.
Uma maneira de reduzir o impacto ambiental do uso de pilhas e baterias é a
substituição de produtos antigos por novos que propiciem um maior tempo de
uso, como por exemplo o uso de pilhas alcalinas ou de baterias recarregáveis
no lugar de pilhas comuns. Também pode-se eliminar ou diminuir a quantidade
de metais pesados na constituição das pilhas e baterias.
Pilhas Secas e Alcalinas
Aplicação das Pilhas
Comuns:
...Alcalinas: |
|
As pilhas secas são do tipo zinco-carbono, são geralmente usadas em
lanternas, rádios e relógios. Esse tipo de pilha tem em sua composição Zn,
grafite e MnO2 que pode evoluir para MnO(OH). Além desses elementos também é
importante mencionar a adição de alguns elementos para evitar a corrosão
como: Hg, Pb, Cd, In.
Estas pilhas contém até 0,01% de mercúrio em peso para revestir o eletrodo
de zinco e assim reduzir sua corrosão e aumentar a sua performance. O NEMA
(Associação Nacional Norte-Americana dos Fabricantes Elétricos) estima que
3,25 pilhas zinco-carbono per capita são vendidas ao ano nos Estados Unidos
da América.
As pilhas alcalinas são compostas de um ânodo, um "prego" de aço envolto por
zinco em uma solução de KOH alcalina (pH~14), um cátodo de anéis de MnO2
compactado envoltos por uma capa de aço niquelado, um separador de papel e
um isolante de nylon.
Até 1989, a típica pilha alcalina continha mais de 1% de mercúrio. Em 1990,
pelo menos 3 grandes fabricantes de pilhas domésticas começaram a fabricar e
vender pilhas alcalinas contendo menos de 0,025% de mercúrio. A NEMA estima
que 4,25 pilhas alcalinas per capita são vendidas por ano nos EUA.
Baterias Recarregáveis
As baterias recarregáveis representam hoje cerca de 8% do mercado europeu de
pilhas e baterias. Dentre elas pode-se destacar a de níquel-cádmio (Ni-Cd)
devido à sua grande representatividade, cerca de 70% das baterias
recarregáveis são de Ni-Cd. O volume global de baterias recarregáveis vem
crescendo 15% ao ano. As baterias de níquel-cádmio têm um eletrodo (cátodo)
de Cd, que se transforma em Cd(OH)2, e outro (ânodo) de NiO(OH), que se
transforma em Ni(OH)2. O eletrólito é uma mistura de KOH e Li(OH)2.
As baterias recarregáveis de Ni-Cd podem ser divididas basicamente em dois
tipos distintos: as portáteis e as para aplicações industriais e propulsão.
Em 1995 mais de 80% das baterias de Ni-Cd eram do tipo portáteis.
Com o aumento da utilização de aparelhos sem fio, notebooks, telefones
celulares e outros produtos eletrônicos aumentou a demanda de baterias
recarregáveis. Como as baterias de Ni-Cd apresentam problemas ambientais
devido à presença do cádmio outros tipos de baterias recarregáveis portáteis
passaram a ser desenvolvidos. Esse tipo de bateria é amplamente utilizado em
produtos que não podem falhar como equipamento médico de emergência e em
aviação.
As baterias recarregáveis de níquel metal hidreto (NiMH) são aceitáveis em
termos ambientais e tecnicamente podem substituir as de Ni-Cd em muitas de
suas aplicações, mas o preço de sua produção ainda é elevado quando
comparado ao das de Ni-Cd.
Foi colocado no mercado mais um tipo de bateria recarregável visando uma
opção à utilização da bateria de Ni-Cd. Esse tipo de bateria é o de íons de
lítio. As baterias de Ni-Cd apresentam uma tecnologia madura e bem
conhecida, enquanto os outros dois tipos são recentes e ainda não
conquistaram inteiramente a confiança do usuário.
Pilhas/Baterias e a Saúde
Algumas substâncias que fazem parte da composição química das baterias são
potencialmente perigosas e podem afetar a saúde. Especificamente, o chumbo,
o cádmio e o mercúrio.
Metais como o chumbo podem provocar doenças neurológicas; o cádmio afeta
condição motora, assim como o mercúrio. É evidente que este assunto está em
permanente pesquisa e a presença destes produtos está sendo reduzida.
No entanto, não há ocorrência registrada de contaminação ou prejuízo à
saúde. Também não há registro de ocorrência de qualquer dano causado ao meio
ambiente decorrente da deposição de pilhas em lixões.
As empresas que representam as marcas Duracell, Energizer, Eveready, Kodak,
Panasonic, Philips, Rayovac e Varta, que compõem o Grupo Técnico de Pilhas
da ABINEE têm investido nos últimos anos somas consideráveis de recursos
para reduzir ou eliminar estes materiais.
Hoje elas já estão atendendo as exigências do artigo 6º da Resolução 257 do
CONAMA que estabelece os níveis máximos dessas substâncias em cada
pilha/bateria.
Cuidados:
- pilhas novas: obedecer a informação dos fabricantes dos aparelhos, com
relação a pólos positivos e negativos das pilhas. Não misturar pilhas velhas
com novas ou pilhas de sistema eletroquímicos diferentes. Não remover o
invólucro das pilhas.
- pilhas usadas: não guardar, principalmente de forma aleatória. No caso de
ocorrer vazamento, lave as mãos com água abundante; se ocorrer irritação
procure o médico.
Efeitos do Cádmio
O cádmio é predominantemente consumido em países industrializados, os
maiores consumidores de cádmio são EUA, Japão, Bélgica, Alemanha,
Grã-Bretanha e França, esses países representam cerca de 80% do consumo
mundial.
Suas principais aplicações são como componentes de baterias de Ni-Cd,
revestimento contra corrosão, pigmentos de tintas, estabilizante, além de
ser elemento de liga para indústria eletrônica.
Em 1986, o consumo americano de cádmio foi de 4800 toneladas. Desse total,
26% (1268 toneladas) foram usados na produção de baterias. Estimou-se,
também, que 73% (930 t) foram para os depósitos de lixo municipal. O
descarte das baterias de níquel-cádmio nos lixos municipais representam
cerca de 52% de todo o cádmio dos lixos municipais todo ano.
Os efeitos prejudiciais à saúde associados à exposição ao cádmio começaram a
ser divulgados na década de 40, mas a pesquisa sobre seus efeitos aumentou
bastante na década de 60 com a identificação do cádmio como o principal
responsável pela Doença itai-itai. Essa doença atingiu mulheres japonesas
que tinham sua dieta contaminada por cádmio.
Apesar do Cd não ser essencial para o organismo dos mamíferos ele segue os
mesmos caminhos no organismo de metais essenciais ao desenvolvimento como o
zinco e o cobre. A meia-vida do cádmio em seres humanos é de 20-30 anos, ele
se acumula principalmente nos rins, no fígado e nos ossos, podendo levar à
disfunções renais e osteoporose.
Efeitos do Mercúrio
O mercúrio, apesar de ser um elemento natural que se encontra na natureza,
pode ser encontrado em baixas concentrações no ar, na água e no solo.
Conseqüentemente o mercúrio pode estar presente, em algum grau, nas plantas,
animais e tecidos humanos. Quando as concentrações do mercúrio excedem os
valores normalmente presentes na natureza, entretanto, surge o risco de
contaminação do meio ambiente e dos seres vivos, inclusive o homem.
O mercúrio é o único metal líquido à temperatura ambiente. Seu ponto de
fusão é -40°C e o de ebulição 357°C. É muito denso (13,5 g/cm3), e possui
alta tensão superficial. Combina-se com outros elementos como o cloro, o
enxofre e o oxigênio, formando compostos inorgânicos de mercúrio, na forma
de pó ou de cristais brancos. Um desses compostos é o cloreto de mercúrio,
que aparece nas pilhas secas e será abordado no presente trabalho. Esse
composto prejudica todo o processo de reciclagem se não for retirado nas
primeiras etapas de tratamento.
Embora muitos fabricantes afirmem o contrário, a maioria das pilhas
zinco-carbono possui mercúrio em sua composição, proveniente do minério de
manganês. Apenas atualmente alguns desses fabricantes têm encontrado
soluções para evitar o uso deste metal. O mercúrio também se combina com
carbono em compostos orgânicos.
É utilizado na produção de gás cloro e de soda cáustica, em termômetros, em
amálgamas dentárias e em pilhas.
O mercúrio é facilmente absorvido pelas vias respiratórias quando está sob a
forma de vapor ou em poeira em suspensão e também é absorvido pela pele. A
ingestão ocasional do mercúrio metálico na forma líquida não é considerada
grave, porém quando inalado sob a forma de vapores aquecidos é muito
perigoso. A exposição ao mercúrio pode ocorrer ao se respirar ar
contaminado, por ingestão de água e comida contaminada e durante tratamentos
dentários. Em altos teores, o mercúrio pode prejudicar o cérebro, o fígado,
o desenvolvimento de fetos, e causar vários distúrbios neuropsiquiátricos.
O sistema nervoso humano é também muito sensível a todas as formas de
mercúrio. Respirar vapores desse metal ou ingeri-lo são muito prejudiciais
porque atingem diretamente o cérebro, podendo causar irritabilidade,
timidez, tremores, distorções da visão e da audição, e problemas de memória.
Podem haver também problemas nos pulmões, náuseas, vômitos, diarréia,
elevação da pressão arterial e irritação nos olhos, pneumonia, dores no
peito, dispnéia e tosse, gengivite e salivação. A absorção pode se dar
também lentamente pela pele.
No Brasil, os valores admissíveis de presença do mercúrio no ambiente e nos
organismos vivos são estabelecidos por normas que estabelecem limites de
tolerância biológica. A legislação brasileira através das Normas
Regulamentadoras (NRs) do Ministério do Trabalho e a Organização Mundial de
Saúde e através da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT NBR10004)
estabelece como limite de tolerância biológica para o ser humano, a taxa de
33 microgramas de mercúrio por grama de creatinina urinária e 0,04
miligramas por metro cúbico de ar no ambiente de trabalho. O mercúrio ocupa
lugar de destaque entre as substâncias mais perigosas relacionadas nessas
normas. Por sua vez a norma regulamentadora NR15, do Ministério do Trabalho,
que trata das atividades e operações em locais insalubres, também lista o
mercúrio como um dos principais agentes nocivos que afetam a saúde do
trabalhador.
Em 1988, o consumo de mercúrio americano foi de 1755 t. Deste total, 13%
(225 t) foi usado na produção de baterias, dos quais 73% (173 t) foram
usados na produção de baterias de óxido de mercúrio, e aproximadamente 126 t
na produção de baterias para aplicações médicas, militares ou industriais.
Portanto, ao menos 56% do mercúrio usado na produção de baterias é usado em
baterias "não-domésticas".
Ao contrário do chumbo e do cádmio, espera-se que a quantidade de mercúrio
consumido na produção de baterias continue a diminuir.
Além disso os fabricantes e importadores deverão implementar sistemas de
coleta, transporte, armazenamento, reutilização, reciclagem tratamento e/ou
disposição final, em prazos definidos na resolução. As pilhas e baterias que
estiverem dentro das especificações acima poderão ser dispostas pela
população juntamente com os resíduos domiciliares.
A resolução parece bastante conservadora uma vez que os limites propostos já
estão na maioria dos casos dentro do que a maioria dos fabricantes de pilhas
já alcançam a alguns anos. Assim, apenas as baterias de Ni-Cd e chumbo-ácido
seriam sujeitas a maior controle pelas empresas.
Destaca-se que o efeito dos metais pesados depende muito do seu estado no
material. Por exemplo, usa-se Hg nos amálgamas dentários. Entretanto a
resolução permitirá até 250ppm (0,025%) de Hg nas pilhas. Não se considera
que o mesmo está em sua maioria solúvel nestes materiais e portanto seriam
considerados resíduos classe 1 se fossem submetidos à mesma sistemática de
classificação de resíduos industriais.
Reciclagem e Destinação de Pilhas e Baterias
As pilhas comuns e alcalinas, utilizadas em rádios, gravadores, walkman,
brinquedos, llanternas etc, podem ser jogadas no lixo doméstico, sem
qualquer risco ao meio ambiente, conforme determinação da Resolução CONAMA
257, publicada em 22 de julho de 1999.
Portanto, essas pilhas não precisam ser recolhidas e nem depositadas em
aterros especiais. Isto porque os fabricantes nacionais e os importadores
legalizados já comercializam no mercado brasileiro pilhas que atendem
perfeitamente as determinações do CONAMA – Conselho Nacional de Meio
Ambiente – no que diz respeito aos limites máximos de metais pesados em suas
constituições.
Também podem ser dispostas no lixo doméstico as pilhas/baterias de:
Níquel-Metal-Hidreto (NiMH) - utilizadas por celulares, telefones sem fio,
filmadoras e notebook;
Íon-de-Lítio - utilizadas em celulares e notebook;
Zinco-Ar - utilizadas em aparelhos auditivos;
Lítio - Equipamentos fotográficos, agendas eletrônicas, calculadoras,
filmadoras, relógios, computadores, notebook, videocassete.
Além dessas, também podem ir para o lixo doméstico as pilhas/baterias
especiais tipo botão e miniatura utilizadas equipamentos fotográficos,
agendas eletrônicas, calculadoras, filmadoras, relógios e sistemas de
segurança e alarmes.
Portanto, só devem ser encaminhadas aos fabricantes e importadores, desde 22
de julho de 2000, as pilhas/baterias de:
níquel-cádmio - utilizadas por alguns celulares, telefones sem fio e alguns
aparelhos que usam sistemas recarregáveis.
chumbo-ácido - utilizadas em veículos (baterias de carro, por exemplo) e
pelas indústrias (comercializadas diretamente entre os fabricantes e as
indústrias) e, além de algumas filmadoras de modelo antigo. Essas baterias
já possuem um sistema de recolhimento e reciclagem, há muito tempo;
óxido de mercúrio - utilizadas em instrumentos de navegação e aparelhos de
instrumentação e controle (são pilhas especiais que não são encontradas no
comércio).
Sem agressões ao meio ambiente
No que depender das indústrias de pilhas e baterias representadas pela
ABINEE, o meio ambiente no Brasil estará protegido. Essas empresas
investiram em pesquisa e tecnologia e reduziram a quantidade de metais
potencialmente perigosos na maioria dos seus produtos. No caso das pilhas e
baterias, cuja composição ainda não atenda a legislação, os fabricantes e
importadores estão definindo a estratégia de recolhimento do produto
esgotado, a partir de julho de 2000. Com tais iniciativas, são atendidas as
exigências do CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente, nas Resoluções
257/99 e 263/99.
Desde agosto de 1997, as indústrias de pilhas e baterias filiadas à ABINEE -
Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica - têm participado
de diversas reuniões com órgãos governamentais (nos âmbitos municipal,
estadual e federal), entidades civis e organismos não governamentais para
discutir a questão da reciclagem, reutilização e disposição final de pilhas
e baterias.
O resultado do amplo debate que incluiu diferentes setores da sociedade é a
Resolução 257 publicada pelo CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente, em
22 de julho de 1999. Essa regulamentação, complementada em 22 de dezembro de
1999 pela Resolução 263, estabeleceu duas referências que limitam a
quantidade de metais potencialmente perigosos usados na composição dos
produtos. A primeira está em vigor desde janeiro de 2000 e a segunda será
válida a partir de janeiro de 2001.
As pilhas comuns e alcalinas, comercializadas pelas indústrias representadas
pela ABINEE, já atendem os limites estabelecidos pelo CONAMA para 2001. Isto
aconteceu graças ao investimento realizado pelas empresas que, desde a
última década, desenvolveram pesquisas e tecnologia para controlar e reduzir
o nível de poluentes desses produtos.
Utilizadas em lanternas, rádios, brinquedos, aparelhos de controle remoto,
equipamentos fotográficos, pagers e walkman, as pilhas comuns e alcalinas
possuem um mercado no Brasil que soma cerca de 800 milhões de unidades/ano.
E como não oferecem risco à saúde e nem ao meio ambiente, depois de
esgotadas elas podem ser dispostas junto com os resíduos domiciliares.
O mesmo destino devem ter as pilhas e baterias especiais compostas pelos
sistemas níquel-metal-hidreto, íons de lítio, lítio e zinco-ar e, também, as
do tipo botão ou miniatura. Elas não produzem nenhum dano e também podem ser
dispostas no lixo doméstico.
A recomendação para o descarte desses dois grupos de pilhas vale somente
para os produtos em conformidade com as determinações da Resoluções 257 e
263. As empresas alertam para os cuidados que se deve ter com as pilhas e
baterias falsificadas ou importadas ilegalmente que, na maioria das vezes,
não atendem as especificações corretas.
Tratamento especial
O artigo 1º da Resolução 257 confere tratamento especial para as pilhas e
baterias que contenham em suas composições chumbo, cádmio, mercúrio e seus
compostos, acima dos níveis estabelecidos nos artigos 5º e 6º (box ao lado).
Elas devem ser entregues, após seu esgotamento energético, pelos usuários
aos estabelecimentos que as comercializam ou à rede de assistência técnica
autorizada pelas indústrias. A obrigatoriedade entra em vigor a partir de 22
de julho de 2000. Os fabricantes e importadores já estão definindo a
estratégia ideal para realizar o recolhimento. Também é deles a
responsabilidade pelo tratamento final dos produtos que deverá ser
ecologicamente correta e obedecer a legislação.
Serão devolvidas as seguintes pilhas e baterias: de chumbo ácido, voltadas
ao uso industrial e veicular (estas já possuem um esquema de coleta e
reciclagem funcionando); de níquel cádmio, utilizadas principalmente em
telefones celulares e aparelhos que usam pilhas e baterias recarregáveis; e
as de óxido de mercúrio, as quais não são produzidas e nem importadas pelas
empresas do grupo técnico de pilhas e lanternas da ABINEE.
Como os distribuidores e consumidores poderão distinguir as pilhas e
baterias que devem ser devolvidas, daquelas que podem ser dispostas no lixo
doméstico? Uma identificação na embalagem do produto trará o símbolo
indicando o destino correto, conforme as ilustrações nas tabelas desta
matéria.
Artigos em destaque das Resoluções CONAMA 257 e 263
Art. 1º - As pilhas e baterias que contenham em suas composições chumbo,
cádmio, mercúrio e seus compostos, destinadas a quaisquer tipos de
aparelhos, veículos ou sistemas, móveis ou fixos, que as requeiram para o
seu pleno funcionamento, bem como os produtos eletroeletrônicos que as
contenham integradas em sua estrutura de forma não substituível deverão,
após o seu esgotamento energético, ser entregues pelos usuários aos
estabelecimentos que as comercializam ou à rede de assistência técnica
autorizada pelas respectivas indústrias, para repasse aos fabricantes ou
importadores, para que estes adotem, diretamente ou através de terceiros, os
procedimentos de reutilização, reciclagem, tratamento ou disposição final
ambientalmente adequada.
Art. 5º - A partir de 1º de janeiro de 2000, a fabricação, importação e
comercialização de pilhas e baterias deverão atender aos limites
estabelecidos a seguir:
I. com até 0,025% em peso de mercúrio, quando forem do tipo zinco-manganês e
alcalina-manganês;
II. com até 0,025% em peso de cádmio, quando forem do tipo zinco-manganês e
alcalina manganês;
III. com até 0,400% em peso de chumbo, quando forem do tipo zinco-manganês e alcalina-manganês;
IV. com até 25 mg de mercúrio por elemento, quando forem do tipo pilhas
miniaturas e botão.
Art. 6º - A partir de 1º de janeiro de 2001, a fabricação, importação e
comercialização de pilhas e baterias deverão atender aos limites
estabelecidos a seguir:
I. com até 0,010% em peso de mercúrio, quando forem do tipo zinco-manganês e alcalina-manganês
II. com até 0,015% em peso de cádmio, quando forem do tipo zinco-manganês e alcalina-manganês
III. com até 0,200% em peso de chumbo, quando forem do tipos alcalina-manganês e zinco-manganês.
IV. com até 25 mg de mercúrio por elemento, quando forem do tipo pilhas
miniaturas e botão. (inciso acrescido pela Resolução 263)
Art. 13º - As pilhas e baterias que atenderem aos limites previstos no art.
6º poderão der dispostas, juntamente com os resíduos domiciliares, em
aterros sanitários licenciados.
Parágrafo único – Os fabricantes e importadores deverão identificar os
produtos descritos no caput deste artigo, mediante a aposição nas embalagens
e, quando couber, nos produtos, de símbolo que permita ao usuário distinguí-los dos demais tipos de pilhas e baterias comercializados.
Pilhas e baterias destinadas ao lixo doméstico
Tipo / Sistema
Aplicação mais usual
Destino
Comuns e Alcalinas Zinco/Manganês Alcalina/Manganês Brinquedo, lanterna,
rádio, controle remoto, rádio-relógio, equipamento fotográfico, pager,
walkman Lixo doméstico
Especial
Níquel-metal-hidreto (NiMH) Telefone celular, telefone sem fio, filmadora, notebook Lixo doméstico
Especial
Ions de lítio Telefone celular e notebook Lixo doméstico
Especial
Zinco-Ar Aparelhos auditivos Lixo doméstico
Especial
Lítio
Equip. fotográfico, relógio, agenda eletrônica, calculadora, filmadora, notebook, computador, vídeocassete Lixo doméstico
Pilhas especiais do tipo botão e miniatura, de vários sistemas Equipamento
fotográfico, agenda eletrônica, calculadora, relógio, sistema de segurança e
alarme Lixo doméstico
Pilhas e baterias destinadas ao recolhimento
Tipo / composição Aplicação mais usual Destino
Bateria de chumbo ácido Indústrias, automóveis, filmadoras Devolver ao
fabricante ou importador
Pilhas e Baterias de níquel cádmio Telefone celular, telefone sem fio,
barbeador e outros aparelhos que usam pilhas e baterias recarregáveis
Devolver ao fabricante ou importador
Pilhas e Baterias de óxido de mercúrio Instrumentos de navegação e aparelhos
de instrumentação e controle Devolver ao fabricante ou importador
As empresas associadas à ABINEE representam as seguintes marcas: Duracell,
Panasonic, Philips, Rayovac e Varta. O Grupo Técnico de Pilhas e Lanternas é
constituído pelas empresas que representam as seguintes marcas: Duracell,
Energizer, Eveready, Kodak, Panasonic, Philips, Rayovac e Varta.
Métodos de Reciclagem
Devido à pressões políticas e novas legislações ambientais que
regulamentaram a destinação de pilhas e baterias em diversos países do mundo
alguns processos foram desenvolvidos visando a reciclagem desses produtos.
Para promover a reciclagem de pilhas, é necessário inicialmente o
conhecimento de sua composição. Infelizmente, não há uma correlação entre o
tamanho ou formato das pilhas e a sua composição. Em diferentes laboratórios
têm sido realizadas pesquisas de modo a desenvolver processos para reciclar
as baterias usadas ou, em alguns casos, tratá-las para uma disposição
segura.
Os processos de reciclagem de pilhas e baterias podem seguir três linhas
distintas: a baseada em operações de tratamento de minérios, a
hidrometalúrgica ou a pirometalúrgica. Algumas vezes estes processos são
específicos para reciclagem de pilhas, outras vezes as pilhas são recicladas
juntamente com outros tipos de materiais.
Alguns desses processos estão mencionados a seguir:
- SUMITOMO - Processo Japonês totalmente pirometalúrgico de custo bastante
elevado é utilizado na reciclagem de todos os tipos de pilhas, menos as do
tipo Ni-Cd.
- RECYTEC - Processo utilizado na Suíça nos Países Baixos desde 1994 que
combina pirometalurgia, hidrometalurgia e mineralurgia. É utilizado na
reciclagem de todos os tipos de pilhas e também lâmpadas fluorescentes e
tubos diversos que contenham mercúrio. Esse processo não é utilizado para a
reciclagem de baterias de Ni-Cd, que são separadas e enviadas para uma
empresa que faça esse tipo de reciclagem. O investimento deste processo é
menor que o SUMITOMO entretanto os custos de operação são maiores.
- ATECH - Basicamente mineralúrgico e portanto com custo inferior aos
processos anteriores, utilizado na reciclagem de todas as pilhas.
- SNAM-SAVAM - Processo Francês, totalmente pirometalúrgico para recuperação
de pilhas do tipo Ni-Cd.
- SAB-NIFE - Processo Sueco, totalmente pirometalúrgico para recuperação de
pilhas do tipo Ni-Cd.
- INMETCO - Processo Norte Americano da INCO (Pennsylvania, EUA), foi
desenvolvido inicialmente, com o objetivo de se recuperar poeiras metálicas
provenientes de fornos elétricos. Entretanto, o processo pode ser utilizado
para recuperar também resíduos metálicos proveniente de outros processos e
as pilhas Ni-Cd se enquadram nestes outros tipos de resíduos.
- WAELZ - Processo pirometalúrgico para recuperação de metais provenientes
de poeiras. Basicamente o processo se dá através de fornos rotativos. É
possível recuperar metais como Zn, Pb, Cd.
As baterias de Ni-Cd muitas vezes são recuperadas separadamente das outras
devido a dois fatores importantes, um é a presença do cádmio, que promove
algumas dificuldades na recuperação do mercúrio e do zinco por destilação; o
outro é dificuldade de se separar o ferro e o níquel.
Reciclagem de baterias de Ni-Cd
Assim como no caso geral de pilhas e baterias, existem dois métodos
estudados para a reciclagem desse tipo de bateria um seguindo a rota
pirometalúrgica e outro seguindo a rota hidrometalúrgica. Até o momento não
foi possível o desenvolvimento de um processo economicamente viável
utilizando a rota hidrometalúrgica. Assim, os processos de reciclagem
atualmente empregados são baseados na rota pirometalúrgica de destilação do
cádmio.
Apesar de serem constituídas por metais pesados perigosos as baterias de Ni-Cd
são recicláveis. Já existem na Europa, Japão e EUA indústrias que reciclam
esse tipo de bateria, a tabela 2 lista algumas dessas empresas.
Em geral, os materiais produzidos na reciclagem dessas baterias são:
*cádmio com pureza superior à 99,95%, que é vendido para as empresas que
produzem baterias e
* níquel e ferro utilizados na fabricação de aço inoxidável.
Na França isto é feito utilizando-se o processo SNAM–SAVAM e na Suécia
utiliza-se o processo SAB-NIFE. Ambos processos fazem uso de um forno
totalmente fechado, no qual o cádmio é destilado a uma temperatura entre 850
e 900oC conseguindo-se uma recuperação do cádmio com pureza superior à 99,95
%. O níquel é recuperado em fornos elétricos por fusão redução. A produção
de óxido de cádmio em fornos abertos é descartada devido ao fato de se ter
uma condição de trabalho extremamente insalubre.
Nos EUA a empresa INMETCO (International Metal Reclamation Company), que é
uma subsidiária da INCO (The International Nickel Company), é a única
empresa que tem a permissão de reciclar baterias de Ni-Cd utilizando
processo a alta temperatura. Este processo está em operação desde dezembro
de 1995. O processo utilizado pela INMETCO, assim como o SNAM-SAVAM e o
SAB-NIFE, é baseado na destilação do cádmio. Nesse processo o níquel
recuperado é utilizado pela indústria de aço inoxidável. O cádmio fica nos
fumos misturado com zinco e chumbo, isso vai para uma outra empresa para
posterior separação.
A reciclagem de baterias de Ni-Cd nem sempre se apresentou economicamente
favorável devido à constante flutuação do preço do cádmio, assim ainda se
estudam alternativas para a reciclagem visando melhorar os processos
existentes ou ainda criar novos.
No Brasil uma empresa chamada SUZAQUIM anuncia que detém um processo para
reciclagem de baterias de Ni-Cd, entretanto os autores deste trabalho não
conhecem o processo empregado. Na Escola Politécnica os autores desenvolvem
estudos há mais de 3 anos sobre reciclagem de pilhas e baterias usando
diversas rotas. Os autores estão apresentando uma patente propondo um
processo para reciclagem de pilhas e de baterias de Ni-Cd.
Fontes: ABINEE, Jorge Alberto Soares Tenório e Denise Crocce Romano Espinosa
(www.cepis.ops-oms.org
ATENÇÃO LEIA NO RÓTULOS DAS
PILHAS E BATERIAS E VEJA SE SÃO RECICLÁVEIS E NÃO CONTENHAM MERCÚRIO ANTES
DE COMPRA-LAS.
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