Ele era Mestre João, que é considerado o primeiro cientista a estudar o Brasil.
A esquadra de Cabral era comandada por pilotos de vasta experiência e também longo conhecimento, como por exemplo Pero Escolar e Pero de Alenquer, mas havia mesmo assim a necessidade de a operação ser comandada por um perito na análise dos astros. Essa missão foi incumbida a Mestre João, que era astrônomo, astrólogo, cosmógrafo e também era o médico da equipe.
A tarefa mais importante de Mestre João foi a de, a partir da observação das estrelas e da medida da latitude, descobrir que terra era aquela, a que aportaram em abril de 1500.
A medida da latitude foi tomada no dia 27 de abril de 1500 com um grande astrolábio de madeira. Obteve o valor de "aproximadamente 17º" que comparado com o valor aceito hoje de 16º,21'22'' pode ser considerada bem precisa.
Além dessa medida propriamente dita, Mestre João pode concluir, que o astrolábio se mostrou mais eficiente que a tábua da Índia, instrumento mais primitivo de origem árabe.
Na noite do mesmo 27 de abril, observando o céu, Mestre João se deparou com uma constelação, que já era conhecida desde a antiguidade e servia de orientação para os navegadores ao ultrapassarem a linha do equador, mas que ainda não tinha nome. Ao ver o seu desenho no céu, Mestre João a comparou com uma cruz, batizando-a então de Cruzeiro do Sul.
Alguns trechos da carta escrita por mestre João em 1º de maio de 1500 e que ficou perdida até 1843 são mostradas abaixo (super1):
"(...) Segunda feira, que foram 27 de abril, descemos em terra (...) tomamos a altura do sol ao meio dia (...), segundo as regras do astrolábio, julgamos estar afastados da equinocial por 17º (...) "
"(...) não se pode tomar a (altura dos astros) com elas (tábuas da Índia) senão com muitíssimo trabalho, que, se Vossa Alteza soubesse como desconcertavam todos nas polegadas, riria disso mais que do astrolábio (...) "
"(...) estas estrelas, principalmente as da Cruz, são grandes quase como as do carro (Ursa Maior) (...)"
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